domingo, 25 de abril de 2010

EDITORIAL DO JORNAL PEQUENO EM 24 DE ABRIL DE 2009

Pedofilia


Uma CPI da pedofilia funciona no Maranhão assustada pelo poder dos criminosos que marcam e remarcam audiências ou simplesmente se negam a prestar depoimento às autoridades constituídas.

A pedofilia é, no entanto, um fenômeno mundial que envolve os mais altos figurões e ganhou força espetacular no seio da igreja católica. A cada dia notícias provenientes de todas as partes do mundo colocam em xeque as pregações do clero pela ousadia demoníaca de seus párocos em atentar contra a dignidade carnal e espiritual de crianças, ao tempo em que negam suas debilidades homossexuais e a estupidez da castidade de homens e mulheres.

O crime de pedofilia não é um crime isolado em si mesmo. Ele se deturpa na construção de indústrias de exploração sexual de crianças e adolescentes, geralmente pobres e carentes de tudo, inclusive e, principalmente, de futuro. A ganância, a ambição desmedida e a monstruosidade, aliadas às mais estranhas psicopatias descritas pela medicina legal fazem prosperar as quadrilhas que vendem estupro e alugam deformidades no terrível mercado do sexo.

Todas as formas possíveis de exploração humana já foram concebidas e realizadas no mundo: o capitalismo, na exploração da classe trabalhadora, a exploração da mão de obra escrava, o tráfico de escravas “brancas”, o tráfico de órgãos e mais o que não nos é possível pensar agora. Mas a pedofilia, sempre aliada à exploração sexual de crianças, tem o poder de atrair figuras aparentemente impolutas, assim como padres e pastores, promotores, juízes e advogados para concretização de um crime que nem Deus poderá perdoar.

Há poucos dias um juiz presente à audiência da CPI da Pedofilia do Congresso Nacional determinou a prisão de um padre depois que suas brutais relações com meninos foram mostradas num vídeo. Na CPI da pedofilia do Maranhão, o prefeito de Pirapemas confessou ter mantido relações sexuais com crianças de 13 anos, mas a Justiça até o momento não se manifestou. Outras autoridades, sacramentadas na exploração sexual de crianças, simplesmente se negam a comparecer à comissão.

Há ainda o fato de promotores públicos sendo perseguidos, transferidos porque ousam denunciar ações das quadrilhas que exploram a infância, que vendem e alugam inocências. E sabe-se, também, que membros de CPIs da Pedofilia, no Maranhão e em outros estados, já foram ameaçados de morte. O poder dessas máfias, portanto, transcende o poder de repressão do Estado.

De todos os débitos da sociedade organizada em estados e nações este é o mais alto e impagável. Não estamos conseguindo que nossas crianças vivam como deveriam viver todas as crianças. Elas estão entregues à sanha de psicopatas e bandidos inescrupulosos que em nome do lucro fácil e da satisfação de seus mais bestiais instintos transformam sua vida em verdadeiro inferno. E muitas vezes em nome do pai, do filho e do espírito santo, amém.

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